terça-feira, 1 de abril de 2008

A disputa da liderança no PSD.


Compreendo perfeitamente as preocupações de Pacheco Pereira relativamente ao destino do PSD. Será de facto muito grave se os militantes do partido reduzirem o combate eleitoral de 2009 a uma mera distribuição de lugares no parlamento ou nas autarquias, não assumindo o objectivo principal de disputa do Governo do País. Mas, se se quer reagir contra isto, é conveniente que se saiba desde já quem é a alternativa no PSD. Neste pressuposto, acho que Pacheco Pereira deveria assumir imediatamente a disputa pelo liderança do partido. Tem todas as qualidades necessárias para se candidatar a esse cargo. Tem currículo no partido, já que foi líder da Distrital de Lisboa. É uma voz presente e respeitada na comunicação social, tendo-nos habituado a um alto nível nas suas intervenções e obras publicadas. E tem a legitimidade histórica de ter estado desde o início contra o Governo de Santana Lopes, responsável directo pela ascensão ao poder de José Sócrates com maioria absoluta. Quanto à sondagem que dá vantagem a Marcelo Rebelo de Sousa numa corrida á liderança, que levou o próprio a declarar-se satisfeito com a mesma, apesar das suas elevadas qualidades como político, professor e comentador, não estou a ver que tenha condições para voltar a ser líder do PSD. Há que recordar que foi a oposição liderada simultaneamente por Marcelo Rebelo de Sousa e Paulo Portas, com a contínua exposição pública de desavenças entre os dois, que garantiu a António Guterres um segundo mandato. E José Sócrates é um adversário muito mais difícil do que António Guterres.

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